ATL 2017

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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Alerta máximo



Graves ameaças pairam sobre os povos indígenas.  E não é apenas a desconstrução de direitos constitucionais, mas são também projetos de saque dos recursos naturais, principalmente minérios e madeira.
Estão em curso negociações envolvendo ministérios e órgãos federais, como a Funai.
Essas ameaças se materializam em  iniciativas anti indígenas  nos três poderes do Estado

Três minutos com o general presidente da Funai

Apesar de estar agendada audiência com uma delegação de lideranças estes  foram recebidos por funcionários do órgão. Após insistência dos indígenas para falarem com o presidente da Funai, este foi logo dizendo que  poderia recebe-los apenas por alguns minutos, pois já tinha agenda com o Ministro da Justiça. Pediu às lideranças que fossem objetivos em suas manifestações. E ao receber um documento com as principais questões a serem debatidos, foi logo avisando “ Deixa passar logo uma informação.  Há poucos dias recebi uma delegação de liderança indígenas de Rondônia acompanhados de três procuradores federais da República. Todos foram unânimes em pedir a regularização da exploração mineral em terras indígenas. Esse mesmo pleito já havia sido feito pelos indígenas do Alto Rio Negro-AM. Diante da imediata reação dos indígenas manifestando sua  firma postura contra semelhante iniciativa, o general foi logo tentando acalmas as lideranças “Mas não precisam se preocupar, pois a mineração só acontecerá   onde for solicitada, não será para todos os índios”. Informou que na próxima semana estará indo para Rondônia.

A soma genocida



Em vários momentos foi alertado na imprensa,  pelo movimento indígena e aliados,  as consequências etnocida e genocidas da desconstrução e retirada de direitos constitucionais dos povos indígenas, articuladas pelas bancadas dos 3 B – Boi, Bala e Bíblia.(setores evangélicos). Essas iniciativas estão sendo reforçadas por 3 M – Mineradoras, Madeireiras e Militares ( alguns setores). Quem presenciou  o saque feito pelo setor madeireiro nas terras indígenas do sul do país, principalmente das araucárias e madeiras de lei, pode imaginar o que acontecerá na maioria das terras indígenas da Amazônia. Não menos assustador é prever as chacinas dos povos indígenas que ocorrerão em função da insaciável sanha do setor mineral, nacional e internacional. Basta lembrar  a tragédia ocorrida na década de 80 quando se estimou a morte de 1.500 Yanomami em função da invasão de seu território por aproximadamente  40 mil garimpeiros ( mantidos por empresários do garimpo).
O plano de Geopolítica implantado a partir do Projeto Calha Norte em meados da década de 80, previa uma política indigenista especial, que dentre outras coisas previa a transformação das terras indígenas em ilhas e colônias, Impedir a criação de áreas extensa, que poderiam comprometer a segurança nacional, alé dos planos de “fronteiras vivas”, ou seja estimular e fixar na faixa de fronteira “brasileiros” e não indígenas, que não tem nacionalidade, conforme afirmou, em  janeiro de  1980, o brigadeiro Protásio.
  

É bom lembrar que em 1987 o então presidente da Funai, Romero Jucá, atualmente senador, já havia concedido autorização para empresas madeireiras explorarem madeira em terras indígenas de Rondônia.

Agosto indígena

Diante desse quadro aterrorizante os povos e o movimento indígena tem organizado uma intensa pauta de mobilizações e manifestações nas regiões e em Brasília. Em a certeza de que poderão contar com o efetivo apoio da sociedade nacional que também estará levando adiante suas lutas contra o golpe e as ameaças de retrocessos. A Apib – articulação dos Povos Indígenas do Brasil, está fazendo uma convocatória a todas as pessoas de boa vontade e lutadores por um Brasil  onde todos possas  viver em paz com justiça e o Bem viver como horizonte estratégico para um novo país.
O agosto indígena, quando no dia 9 se comemorará o dia internacional dos Povos Indígenas, será mais um momento importante da secular resistência  dos povos originários.


Egon Heck
Fotos Laila Menezes
Cimi – Secretariado Nacional -  agosto de 2017







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