ATL 2017

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domingo, 24 de março de 2013


Ditadura Cabralina

O que vimos essa semana foi uma confirmação do desprezo pela memória, pela história pelos povos indígenas da aldeia Maracanã, no belo Rio de Janeiro. Uma preliminar do jogo duro dos usurpadores dos direitos dos pobres para acalantar a festa do ricos, curiosos, turistas..A lógica dos grandes eventos esportivos por vir, se impõem inexoravelmente.  É preciso garantir, a qualquer custo,  os mega eventos.  É o rolo compressor (ditadura) e o ralo financeiro (corrupção) que prevalecerão  nos próximos tempos. Cenas de violência como os desta semana são apenas  aperitivo. Povos indígenas,  entrincheirados  nos espaços de sua memória, como o antigo Museu do Índio, danem-se. Serão apagados pela memória esportiva. Mais um gol de Cabral.

Enquanto isso, em Brasília, representantes de vários povos indígenas do nordeste, vieram dizer que continuam invadidos há mais de 500 anos, mas que jamais deixarão de lutar para que se faça justiça a seus povos, garantindo a terra e políticas públicas minimamente decentes. Seus olhares profundos, suas peles  escurecidas denunciam o massacre histórico e cultural a que foram submetidos. Que das fortunas que serão destinadas à realização dos grandes eventos esportivos - Copa das Confederações(2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) não aumentem ainda mais o sofrimento e injustiças  a que são submetidos os pobres em especial os povos indígenas.

Egon Heck

Povo Guarani, Grande Povo

Semana Santa de 2012

Soem livres os tambores


Criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos

Fecharam uma porta, mas abrimos uma janela. Vamos romper o muro com que estão tentando blindar a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados.

O Congresso , neste início de outono, voltou a se agitar. O auditório Nereu Ramos lotado,(mais de 300 pessoas) foi palco de um momento  de resistência e indignação, num ato carregado de emoção, desabafos e manifestações populares.  Cientes de que esse é um momento  difícil, quando os setores conservadores impõem mais um retrocesso, fruto de negociações e acordos partidários que achincalham essa casa do povo, impondo na presidência de uma das comissões mais importantes da Camara dos deputados, alguém que é manifestamente contrário a direitos humanos. Em tom de ironia um parlamentar  se referiu a Feliciano, com uma citação bíblica onde Jesus diz “Eu sou o caminho” e Feliciano complementa “eu sou o pedágio. Passa o cartão e a senha”.

Quando soaram os tambores dando por instalada a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, com a esperança de que seja breve, pois os dias de Feliciano  em frente à Comissão de Direitos Humanos estão contados.

Os povos indígenas e seus aliados também estiveram presentes, entregando um manifesto onde reafirmam como as demais entidades da sociedade civil que ‘vem  manifestar sua indignação e repudio diante da ocupação da presidência da CDH da Câmara dos deputados por Marco Feliciano...”, cujo perfil de manifesta xenofobia e racismo também teria se manifestado de forma colonialista dizendo “que existe muita terra para poucos índios”.

Já no final do ato foi anunciada a morte do grande cantor Emilio Santiago, que sofreu na pele o racismo e descriminação por ser negro e homosexual, lembrou com carinho um dos parlamentares. Um minuto de silêncio ao lutador que cuja voz agora irá soar mais alto.
Feliciano vai cair
As manifestações continuaram dentro e fora do plenário 9, onde houve mais uma tentativa de realizar uma sessão de trabalho, mas que acabou sendo cancelada em função das manifestações da sociedade civil dentro e fora do plenário.

Houve inclusive agressões físicas a uma das manifestantes no momento em que foram pedir ao presidente da Câmara um posicionamento a respeito desse fato que envergonha o Congresso, num flagrante retrocesso com relação aos direitos conquistados na Constituição de 1988. No texto se unem aos movimentos e organizações sociais que reivindicam a renúncia do deputado” Feliciano da Presidência da Comissão de Direitos Humanos e a recomposição da mesma com parlamentares realmente comprometidos com a defesa da vida e da dignidade dos setores secularmente marginalizados, explorados e discriminados  na sociedade brasileira”

Buscando novos espaços
 
Os povos indígenas, através da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e do Cimi também levaram as preocupações e desafios dos povos indígenas, particularmente com relação à tramitação de iniciativas anti indígenas no Congresso,  à Comissão de Legislação Participativa. A deputada Luiza Erundina acolheu e reforçou a proposta de que essa comissão faça um levantamento da realidade dos povos indígenas e promova um seminário de um dia para aprofundar a questão nesta Comissão.


 

Povo   Guarani Grande Povo

Cimi secretariado nacional